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PARA ASSISTIR ↻ O mundo do trabalho nas três revoluções
industriais
Working class hero: de
Taylor a Toyota A Primeira Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra no final do século
XVIII, foi responsável pela criação do sistema fabril, o modo de produção da
Autores: Diogo Corrêa fábrica capitalista, na qual a função do trabalhador era operar as máquinas.
e Lucas Zardini Vigiados por supervisores e disciplinados pelo movimento do relógio e pelo
ritmo das máquinas, os operários deviam produzir o máximo no menor tempo
País: Brasil possível. Os trabalhadores no início da industrialização sofreram com intensa
exploração, especialmente mulheres e crianças, que recebiam salários muito
Ano: 2015 baixos sob a justificativa de que produziam menos. Os donos das indústrias
enriqueceram à custa dessa exploração, uma vez que os direitos trabalhistas,
Duração: 4 min como férias, descanso remunerado e jornada de trabalho regulamentada, pra-
ticamente não existiam. Em contrapartida, marcou também o nascimento do
Disponível em: https:// movimento operário e da organização sindical.
www.youtube.com/
watch?v=bKp5rvjgoyA. As inovações da Segunda Revolução Industrial, iniciada na segunda metade
Acesso em: 3 ago. 2024. do século XIX, fortaleceram a indústria britânica, além de atingir rapidamente
a Alemanha, os Estados Unidos, o Japão, a Rússia, a França e o norte da Itália.
Essa animação, produzida O motor de combustão interna, o gerador de eletricidade e um novo método de
por dois alunos da Escola de fabricação de aço foram inventos aplicados à produção industrial que impul-
Engenharia de Lorena (EEL), sionaram as indústrias já existentes e permitiram o surgimento de novas, como
conquistou o primeiro lugar na a indústria química, siderúrgica e automobilística.
categoria “Animação longa” da
Mostra Universitária de Vídeos. A indústria automobilística, apoiada no fortalecimento das novas indústrias,
O trabalho aborda, de maneira foi um dos carros-chefes dessa nova fase da industrialização, que revolucionou
inovadora e crítica, os modelos a organização social do trabalho. A acirrada competição no setor e o interesse
taylorista, fordista e toyotista. pela elevação da produtividade estimularam os proprietários a investir na criação
de modelos de organização do trabalho e de gestão empresarial, com destaque
para o taylorismo, o fordismo e, posteriormente, o toyotismo.
• Taylorismo: modelo de gestão empresarial desenvolvido pelo engenheiro
mecânico estadunidense Frederick Taylor (1856-1915). Baseava-se na divisão
do trabalho e na especialização de cada operário em determinada tarefa,
visando aumentar a eficiência do trabalho e a produtividade. Esse modelo
foi utilizado pela primeira vez na indústria automobilística.
• Fordismo: criado pelo industrial e empresário estadunidense Henry Ford
(1863-1947), esse modelo, de modo geral, pode ser entendido como um
aprimoramento do taylorismo. A produção das máquinas era organizada
em esteiras rolantes e o ritmo passou a ser cronometrado para elevar o
rendimento da produção. Na indústria automobilística, por exemplo, os
componentes colocados em esteiras nas linhas de produção chegavam até
as mãos do operário que, em movimentos repetitivos, montava a peça em
um curto espaço de tempo. Depois de prontas, as peças eram enviadas à
unidade industrial responsável pela montagem final do automóvel.
• Toyotismo: criado em fins da década de 1940 pelo engenheiro mecânico
chinês Taiichi Ohno (1912-1990), o sistema foi implantado inicialmente na
indústria automobilística do Japão e inovou as estratégias do processo
produtivo, sobretudo no que diz respeito à logística. Nesse sistema, a pro-
dução industrial era organizada de acordo com a demanda, detectada por
meio de pesquisas de mercado. Quando a procura de determinado produto
estava em alta, as indústrias aumentavam a encomenda de matérias-pri-
mas e de peças, acelerando a produção; quando a procura estava em baixa,
o processo era freado. O toyotismo otimizou a produção por meio de um
sistema que ficou conhecido por “just in time”, ao eliminar a necessidade
de estoques e evitar o desperdício ou que as mercadorias ficassem “enca-
lhadas”. O modelo toyotista exigia que o operário estivesse preparado para
exercer várias funções, sintonizado com o próprio dinamismo do processo
produtivo, ao contrário da especialização que marcou o fordismo.
CAPÍTULO 25: QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: A PLURALIDADE NO MUNDO DO TRABALHO 345