Page 357 - PNLD 2026 - GEOGRAFIA

Força Coriolis: força fictícia que ocor-
re em movimentos rotacionais em
relação ao referencial de inércia, in-
fluenciando a direção dos ventos em
diferentes latitudes; os ventos alísios,
por exemplo, sofrem um desvio de
leste para oeste.
Troposfera: camada da atmosfera
próxima à superfície terrestre, até
15 km de altitude.
Veja respostas e orientações
no Manual do Professor.
QUESTÕES
1. Qual é a interferência dos
ventos alísios na dinâmica
atmosférica?
2. O que é latitude e qual é
sua relação na definição
dos climas mundiais?
↪ Clima global e clima local
O clima global está relacionado ao aquecimento da Terra e à dinâmica en-
tre a atmosfera, os oceanos e os continentes, ocorrendo, portanto, em escala
planetária. A zona térmica intertropical é a mais quente do planeta, atuando
como um dos principais sistemas meteorológicos responsáveis pela manutenção
do equilíbrio térmico global.
Próxima à Linha do Equador, temos a Zona de Convergência Intertropical
(ZCIT), onde a baixa pressão atmosférica atrai os ventos alísios. Esses ventos
sopram entre a Linha do Equador e os Trópicos de Câncer e Capricórnio, varian-
do conforme o hemisfério: de nordeste no Hemisfério Norte e de sudeste no
Hemisfério Sul. Ao atingirem a ZCIT, os ventos alísios ascendem e transferem
calor e umidade dos níveis inferiores para os superiores da troposfera, favore-
cendo as trocas de calor e de umidade entre as diferentes latitudes do planeta.
A circulação atmosférica foi estudada pelo meteorologista inglês George
Hadley (1685-1768). Em 1735, convencido de que a energia solar impulsiona os
ventos no planeta, Hadley levantou hipóteses sobre as diferenças e trocas de
calor entre zonas térmicas a partir da movimentação dos ventos alísios. Ele
criou um modelo sobre o padrão global de circulação atmosférica do planeta
conhecido como Modelo Unicelular, pois se baseava em uma única célula de
convecção dos ventos, em baixas latitudes entre o Equador e os trópicos.
Em 1856, o professor e meteorologista estadunidense William Ferrel (1817-
-1891) desenvolveu estudos sobre a célula de convecção e circulação atmosférica
em latitude média. Estudos posteriores, considerando os efeitos de rotação do
planeta sobre a força Coriolis em médias e altas latitudes do planeta, aprimo-
raram os modelos anteriores. O Modelo Tricelular é constituído pela Célula de
Hadley, pela Célula de Ferrel e pela Célula Polar. Ele se tornou o modelo clássico
para estudos atuais sobre circulação atmosférica global. Observe o esquema
no mapa a seguir.
CirCcuIRlaCçãUoLaAtÇmÃosOféAriTcMa gOloSbFaÉl:RmIoCdAelGo LtrOicBelAuLla:rMODELO TRICELULAR
célula polar ZONA POLAR NORTE ALEXANDRE R./M10
66,33°N ZONA TEMPERADA NORTE
célula de Ferrel Ventos do Oeste
23,27° N Alta pressão ZONA
célula de Hadley Ventos alísios do Nordeste INTERTROPICAL
Zona de Ventos alísios do Sudeste
Convergência Alta pressão
Intertropical
0°
célula de Hadley
23,27° S
célula de Ferrel ZONA TEMPERADA SUL
Ventos do Oeste
66,33° S ZONA POLAR SUL
célula polar
Cédula de Hadley: os ventos convergem próximos ao Equador e ascendem em direção às latitudes 30º norte e sul. Cédula de Ferrel: os
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polos, onde descem e sofrem espalhamento em superfície.
Fonte: CLIMATE Science Investigations (CSI). Nasa. Disponível em: http://www.ces.fau.edu/nasa/content/resources/
global-wind-patterns.php. Acesso em: 4 jun. 2024. (Tradução nossa.)
CAPÍTULO 26: MUDANÇAS CLIMÁTICAS: POLÊMICAS E DESAFIOS 355