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Acessar um mapa-múndi político impresso em atlas ou, o mais comum VIKTOR URBAN/SHUTTERSTOCK
atualmente, consultá-lo nos meios digitais, como computadores, tablets ou
smartphones, infelizmente não vai ajudar muito na resposta a essa questão.
Isso porque seria difícil contar os países ou porque a resposta não é muito
simples. Depende de qual instituição foi usada como fonte; dos critérios
utilizados para a definição do que é considerado um país; da data em que
foi feita a pergunta; do contexto geopolítico do momento etc. Assim, as
respostas podem variar.
↑ Quantos países existem no mundo? A resposta a essa pergunta pode variar, dada a complexidade geográfica
do mundo atual.
Por exemplo, em 2011, logo após a separação do Sudão e o surgimen-
to do Sudão do Sul, a ONU considerava haver 193 países-membros como
Estados soberanos, e dois Estados observadores, o Vaticano e a Palestina.
Isso significa que o mundo teria um total de 195 países. Em 2021, a corredora
porto-riquenha Jasmine Camacho-Quinn foi mais rápida que a estaduni-
dense e recordista mundial Kendra Harrison e ganhou a primeira medalha e
o primeiro ouro no atletismo para o país porto-riquenho. Mas como assim?
Porto Rico não faz parte dos Estados Unidos desde 1898? Sim, faz, mas na
condição de Estado-associado, e existe uma questão geopolítica um tanto
complexa nessa história.
Para Porto Rico, é interessante concorrer como um país nas Olimpíadas e,
para o Comitê Olímpico Internacional (IOC, em inglês), dessa maneira a ilha ca-
ribenha é levada em consideração. Situações parecidas acontecem com a China:
o imenso território chinês competiu em Tóquio com três delegações: Hong Kong
(que faz parte do país desde 1997, mas tem certa autonomia política); Taiwan
(que se separou do restante da China em 1949 e reivindica a sua autonomia na
ONU) e a própria China continental. O Tibete, que teve seu território incorporado
à China em 1950, apesar da reivindicação de muitos de seus atletas, compete
nas Olimpíadas sob a bandeira chinesa.
Para entender melhor a questão atual dos Estados nacionais e dos países,
leia o texto a seguir.
“[...]
Para que se possa considerar um país, uma região precisa ter um território definido, ser
habitado com algum grau de permanência, ter instituições políticas e governo próprio, ter a
independência reconhecida por outros Estados soberanos e interagir diplomaticamente com
outros países’, disse [...] Martin Purvis, especialista em Geografia, História e Política da Univer-
sidade de Leeds, na Inglaterra.
Mas é nos últimos dois critérios que as coisas se complicam. Há territórios que declara-
ram sua independência e até funcionam, em grande parte, como países, mas não tiveram sua
soberania reconhecida por toda a comunidade internacional.
[...]
‘O reconhecimento de um país por outro é sempre uma negociação de interesses. Por
exemplo, após a revolução comunista na China, dissidentes capitalistas fundaram Taiwan, e
o país chegou a ser membro da ONU. Mas a China é um país de muito peso na comunidade
CAPÍTULO 11: UM MUNDO DE ESTADOS NACIONAIS 137