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Veja respostas e orientações          Umas das alternativas encontradas pelos desempregados é o trabalho informal.
   no Manual do Professor.      Ele pode ter um resultado benéfico imediato, como a inclusão no mercado, mas
                                também é um problema, pois o desempregado é obrigado a submeter-se a funções
                                desvinculadas de qualquer contrato de trabalho. E, sem vínculo empregatício, não
                                tem direitos trabalhistas (como fundo de garantia, férias, 13º salário, licença-mater-
                                nidade e paternidade, seguro-desemprego, entre outros) garantidos. Além disso, por
                                não estar trabalhando, muitas vezes, de forma regularizada, o trabalhador informal
                                vive constantes momentos de tensão, preocupado em ter sua função interrompida
                                pela ação policial do Estado e, assim, perder a única fonte de renda e sobrevivência.

                                      No Brasil, esse tipo de trabalho começou a crescer a partir de 1990, sendo hoje
                                a fonte de renda de mais de 50% da ocupação de trabalhadores no país. Entre eles
                                destacam-se os vendedores ambulantes (popularmente chamados de camelôs).

                                •	 Leia o texto a seguir e faça o que se pede.

                                Como a terceirização e a uberização precarizam a vida dos
                                trabalhadores

                                           “O mercado de trabalho por aplicativo – ou uberização do trabalho – explodiu no Brasil,
                                    durante a pandemia da covid-19. Esta modalidade de trabalho teve início, em junho de 2010,
                                    na cidade de São Francisco, Califórnia, Estados Unidos. Chegou em terras brasileiras em 2014.
                                    A primeira cidade a adotá-la foi o Rio de Janeiro.

                                           Rapidamente se espalhou pelo país. Atrás do aplicativo (app) de transporte [...], vieram os
                                    de comida, de entregas e de compras. Hoje existem cerca de 1,27 milhão de pessoas trabalhando
                                    como motoristas e outras 385 mil como entregadores para aplicativos no Brasil.

                                           [...]
                                           Antes da uberização, porém, a terceirização é que comandava o trabalho precário e ex-
                                    plorado, com poucas garantias e direitos. Este tipo de ocupação ocorre desde o final da década
                                    de 1960 do século passado. [...]
                                           [...]
                                           A modalidade de trabalho terceirizado se aprofundou no Brasil com a aprovação da Lei
                                    4.302/1998, no governo de Fernando Henrique Cardoso, quando [se decidiu] pela liberação
                                    para todas as atividades das empresas.
                                           [...] Esta forma de contratação contribuiu fortemente para a redução de salários, a falta de
                                    garantias, por exemplo. Criou, é verdade, empregos, mas de baixa qualidade, principalmente
                                    na área de serviços, e com baixa remuneração.
                                           [...]
                                           A terceirização do trabalho se tornou uma grande aliada para empresas e uma inimiga da
                                    classe trabalhadora. Hoje, indústrias, comércio, serviços e condomínios utilizam largamente
                                    esta modalidade. [...]
                                           [...]” 

                                          BORTOLON, Eugênio. Como a terceirização e a uberização precarizam as condições de vida dos trabalhadores.
                                     Brasil de Fato, 24 jul. 2023. Disponível em: https://www.brasildefato.com.br/2023/07/24/como-a-terceirizacao-e-a-

                                                                 uberizacao-precarizam-as-condicoes-de-vida-dos-trabalhadores. Acesso em: 19 ago. 2024.

                                                                                                                                                         ALINE ALCANTARA/SHUTTERSTOCK

                                ↑ Entregadores de comida por aplicativo reivindicam melhores condições de trabalho. Niterói (RJ), 2020.

386 UNIDADE 6: UM MUNDO PLURAL
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