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O direito divino dos reis
Desde o século XV, inúmeros pensadores se dedicaram à reflexão sobre
o exercício do poder e a defesa do fortalecimento do poder real. O francês
Jean Bodin (1529-1596), em Seis livros da República, concebia a monarquia
como uma grande família chefiada pelo rei, que exercia o poder em benefício
da coletividade. O também francês Jacques Bossuet (1627-1704), em seu
livro Política tirada da Sagrada Escritura, ficou conhecido por desenvolver
a teoria do direito divino dos reis, que tinha como base a ideia de que o rei
era escolhido por Deus para ocupar a posição de comando, em benefício
dos súditos.
QUESTÕES ↪ As bases econômicas do poder monárquico
• As monarquias absolutis- O aparato de governo monárquico exigia muito dinheiro para o pagamento de
tas, como você viu, exer- suas despesas, especialmente devido aos elevadíssimos gastos militares das coroas.
ciam grande interferência A principal forma de obtenção desses recursos era a arrecadação de impostos,
nas atividades econômicas como acontece ainda hoje. Para obter o máximo rendimento desses tributos, as
de seus respectivos reinos. monarquias europeias desenvolveram um conjunto de práticas conhecido como
Como você vê o grau de mercantilismo. Ele pode ser definido como a política econômica do Estado moder-
interferência do Estado no, caracterizada pela interferência do Estado nos diferentes setores da economia.
brasileiro na economia
nacional? É um Estado Algumas monarquias, como a portuguesa e a espanhola, estabeleceram me-
intervencionista ou, ao didas que visavam à máxima obtenção de metais preciosos para a cunhagem de
contrário, ele se carac- moeda, especialmente explorando a mineração em suas colônias. Essa estratégia
teriza por fazer conces- muitas vezes se mostrou problemática, pois o afluxo excessivo de prata ou ouro
sões à iniciativa privada? levava à desvalorização da moeda circulante e à elevação de preços (inflação),
Apresente exemplos que gerando crises sociais e políticas. Outros reinos, como a França, preferiram
justifiquem sua resposta. estimular o desenvolvimento de manufaturas locais para evitar as importações.
A partir do século XVII, tornou-se cada vez mais comum a criação de com-
panhias monopolistas, que recebiam da Coroa o direito exclusivo de comércio
em regiões específicas (especialmente zonas coloniais) ou de exploração de
determinadas mercadorias. Entre as companhias criadas, as mais poderosas
foram as holandesas Companhia das Índias Orientais e Companhia das Índias
Ocidentais, além da Companhia Britânica das Índias Orientais.
Outra prática mercantilista importante era a manutenção de uma balança
comercial favorável, ou seja, de um superávit na relação entre as exportações e
as importações. Mas não podemos considerar essa prática econômica especifi-
camente mercantilista, uma vez que se trata de um princípio básico de econo-
mia, seguido ainda hoje por governos de alguns países que optam por priorizar
a produção nacional e incentivar as exportações, como é o caso da China.
MERCANTILISMO E ABSOLUTISMO
Apoia os Estado Absolutista Sustenta REINALDO VIGNATI
negócios a nobreza
burgueses
Meios
PARA ASSISTIR Objetivos Mercantilismo Proteção da
economia nacional
Elizabeth Metalismo: entesouramento Exploração
Direção: Shekhar Kapur de metais preciosos das colônias
País: Reino Unido/Estados Pirataria
Unidos Fortalecimento do Balança comercial
Ano: 1998 poder real e do reino favorável
Duração: 124 min
O filme conta a história da
rainha Elizabeth I, a maior
representante do absolutismo
inglês, e a luta entre católicos
e protestantes pelo controle
do Estado na Inglaterra.
CAPÍTULO 14: DAS MONARQUIAS FEUDAIS AO ESTADO MODERNO 181