Page 46 - PNLD 2026 - HISTORIA

Veja respostas e orientações
no Manual do Professor.
• Imagine que você vivesse em
uma sociedade de coletores
e caçadores na América de
10 mil anos atrás. Sabendo
que o trabalho nessa socie-
dade era dividido conforme
o sexo e a idade, que tarefas
você acredita que assumiria
no grupo? Por quê?
→ Abacate, abóbora, tomate e
milho: esses são alguns cultivos
de origem americana. Mas não
pense que, quando começaram
a ser cultivados no continente
americano, milhares de anos
atrás, eles eram como os dessas
fotos, grandes e carnudos. Os
produtos que conhecemos hoje
são resultado de centenas de
anos de experiências e inovações
técnicas para melhorar as
plantas.
44 UNIDADE 1: O MUNDO EM EXPANSÃO
As sociedades de coletores e caçadores existiram praticamente em toda a
América pré-agrícola. Eram sociedades igualitárias, havendo no interior delas
uma divisão de trabalho de acordo com o sexo e a idade. Seus membros se
abrigavam em cavernas, abrigos rochosos ou em moradias provisórias, erguidas
com materiais perecíveis. Os achados mostram que esses grupos preferiam
se estabelecer em áreas providas de água e de outros recursos necessários à
sobrevivência, como caça abundante e frutos silvestres.
↻ O início da agricultura na América
Em um momento determinado que provavelmente nunca saberemos, a vida
de algumas sociedades americanas começou a se transformar lentamente rumo
à produção agrícola. Enquanto alguns grupos continuaram se desenvolvendo
como sociedades de coletores e caçadores, outros começaram a modificar a
relação com o ambiente, suas atividades de subsistência e sua organização
interna. Essa mudança, muito lenta, se iniciou por volta de 8 mil anos atrás e
em dois milênios já tinha se espalhado por todo o continente.
O sul do México, na parte central da América, é tido como o berço da agri-
cultura americana. Os primeiros cultivos, de pimenta, abacate e teosinto, um
ancestral selvagem do milho, datam de 8 mil anos atrás. A agricultura, porém,
era apenas um complemento alimentar para os grupos de caçadores-coletores.
Cerca de mil anos mais tarde, eles já cultivavam milho precoce, abóbora, to-
mate e feijão. Porém, os produtos agrícolas ainda não supriam as necessidades
calóricas da população, que mantinha a prática da caça e da coleta.
A mudança decisiva no modo de vida dessas populações ocorreu com os
avanços na domesticação do milho e com o cultivo do algodão, entre 5 mil e 4 mil
anos atrás. Graças ao potencial calórico do milho e do feijão e ao cultivo de uma
planta têxtil, as comunidades do sul do México tiveram condições de construir
vilarejos permanentes, onde a agricultura era a atividade predominante. Porém,
ao contrário de outros centros agrícolas, a criação de animais foi tardia na região,
por volta de 2 mil anos atrás, com a domesticação do peru e do cachorro.
A história da difusão do cultivo do milho na América é muito interessante.
Até recentemente se acreditava que o milho, completamente domesticado no
sul do México, tivesse depois se difundido pela América do Sul em várias ondas
migratórias. No entanto, uma pesquisa multidisciplinar envolvendo 14 instituições
internacionais, incluindo a Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa), che-
gou a outra conclusão. O milho, originário do México, foi levado para a América
do Sul ainda em processo de domesticação, que foi concluído mais tarde em
diferentes partes do continente americano.
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