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ANDREAS WOLOCHOW/SHUTTERSTOCKEpigrafia: estudo das inscrições lapida- ↪ Os maias
res em monumentos antigos.
A sociedade maia foi uma das culturas mesoamericanas antigas reconhe-
↑ Um exemplo do uso do cidas por ter desenvolvido uma língua escrita. Até o momento, este é consi-
calendário maia está no derado o único sistema de escrita conhecido da antiga América com alto grau
artefato conhecido como de eficiência em relação ao idioma falado. Os maias são reconhecidos também
Disco de Chinkultic, que por sua arte e por seus conhecimentos em arquitetura, matemática e sistemas
representa a data de 17 de astronômicos. O conjunto de cidades-Estado maias, estabelecido inicialmen-
maio de 591 d.C. te entre 1000 a.C. e 250 d.C., atingiu seu mais elevado desenvolvimento entre
250 d.C. e 900 d.C., e continuou a se desenvolver até a chegada dos espanhóis.
A sociedade maia compartilhou muitas características socioculturais com
outras civilizações que existiram na Mesoamérica, devido ao alto grau de inte-
ração e de difusão cultural que ocorreu naquela região. Conhecimentos como
a epigrafia e o calendário podem não ter se originado com os maias, mas fo-
ram desenvolvidos plenamente por eles. A influência da cultura maia pode ser
encontrada até os dias atuais em países centro-americanos, como Honduras,
Guatemala, El Salvador e Belize e em algumas regiões do México.
Engana-se, porém, quem pensa que o povo maia desapareceu. Os descen-
dentes daquela antiga civilização vivem misturados à população mexicana e
centro-americana, em regiões como a Península de Yucatán e os estados de
Tabasco e de Chiapas, no México, além de fazerem parte da demografia da
Guatemala, de Honduras e de El Salvador. Além disso, a língua maia é falada
atualmente por cerca de 800 mil pessoas. A ideia de que o povo maia estaria
extinto surgiu pelo fato de a maior parte da população ter abandonado os
núcleos urbanos do passado, devido à expansão dos espanhóis na região ao
longo do século XVI.
A cidade de Teotihuacán
Por volta de 200 d.C., tinha início um dos períodos de maior esplendor
das culturas mesoamericanas, com o surgimento de sistemas complexos
de numeração, trocas comerciais, calendários e grandes obras arquitetôni-
cas. Um dos principais centros desse período áureo foi a cidade-Estado de
Teotihuacán, situada no planalto central do México.
Mesmo sem conhecer a escrita, os teotihuacanos desenvolveram o que
foi talvez o plano urbanístico mais majestoso da América pré-colombiana,
com ruas largas e regulares, e um grande complexo cerimonial, onde foram
erguidas a Pirâmide do Sol e a Pirâmide da Lua. Calcula-se que, em seu
apogeu, a cidade chegou a ter 125 mil habitantes, uma população muito
elevada em qualquer lugar do mundo na época.
A região contava com um recurso mineral abundante, a obsidiana, que
permitiu confeccionar diferentes utensílios, além de uma argila de excelente
qualidade. Sua posição privilegiada, no cruzamento de importantes rotas
comerciais, também contribuiu para que Teotihuacán se tornasse a cidade
mais poderosa da Mesoamérica por volta do século V.
BIROL BALI/SHUTTERSTOCK.
← Vista da
Pirâmide da
Lua, no sítio
arqueológico de
Teotihuacán, no
México. Foto de
2022.
46 UNIDADE 1: O MUNDO EM EXPANSÃO