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Os limites da dedução

      No raciocínio dedutivo válido, parte-se de premissas supostamente
verdadeiras e, por inferências lógicas, conclui-se algo que não pode ser
diferente, que tem de ser tomado também como verdadeiro. Assim, temos
a certeza lógica sobre a conclusão. Mas, dessa maneira, um argumento
formalmente válido pode partir de premissas falsas e chegar a conclusões
também falsas. Veja o argumento 1.

 ARGUMENTO 1

      Premissa 1: Todos os números primos são pares.
      Premissa 2: O 15 é um número primo.
      Conclusão: Logo, 15 é um número par.
      Nesse argumento, se as premissas 1 e 2 são aceitas como verdadeiras,
a conclusão também tem de ser aceita como tal. A forma do raciocínio
está correta, por isso ele é válido, mas o conteúdo não é verdadeiro. As
três frases que compõem esse argumento não são verdadeiras. Observe o
argumento 2.

 ARGUMENTO 2

      Premissa 1: Os números primos são números naturais que têm dois
divisores: o número 1 e ele mesmo.

      Premissa 2: O 5 é um número primo.
      Conclusão: Logo, o número 5 é divisível só por 1 e por ele mesmo.
      Esse argumento é formalmente válido e, além disso, suas premissas são
verdadeiras. Como vimos, quando isso acontece em um argumento dedutivo,
validade formal e premissas realmente verdadeiras, estamos diante de um
argumento correto ou sólido.

                                           Veja respostas e orientações

    	 EXERCITAR A ARGUMENTAÇÃO	 no Manual do Professor.

1.	 Classifique os argumentos dedutivos a seguir em logicamente válidos e inválidos.
    Entre os argumentos dedutivos válidos, discrimine os que têm premissas verdadeiras
    e, portanto, são sólidos, e os que têm premissas falsas.

 ARGUMENTO 3

    Todos os mamíferos têm pulmões. Todas as baleias são mamíferos. Portanto, todas
    as baleias têm pulmões.

 ARGUMENTO 4

    Todos os seres de seis pernas têm asas. Todas as aranhas têm seis pernas. Portanto,
    as aranhas têm asas.

  2.	 Elabore um argumento dedutivo sólido.

CAPÍTULO 4:  A DESCOBERTA DO SER HUMANO E A VIDA EM SOCIEDADE: OS SOFISTAS               53
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