Page 52 - PNLD 2026 - FILOSOFIA
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Veja respostas e orientações
   no Manual do Professor.

                              •	 Elabore uma mensagem que supostamente será enviada por e-mail a um colega defen-
                                 dendo sua posição em relação à pergunta que ele lhe fez: “Você considera mais aceitável
                                 o absolutismo ou o relativismo moral? Por quê?”

Veja respostas e orientações  		↪ É possível construir uma terceira via?
   no Manual do Professor.
                                    A polêmica sobre o caráter relativo ou absoluto dos valores humanos ainda
                              percorre boa parte da história da filosofia. Então, por que nos preocupar com
                              os valores morais? Porque a valoração das coisas, das pessoas, das ideias e das
                              ações é algo propriamente humano. Usamos a razão para guiar nossa vida ou,
                              pelo menos, parte dela. Em algum momento, refletimos racionalmente sobre
                              o que devemos fazer.

                                	QUESTÃO		

                                      •	 Leia a história em quadrinhos a seguir e responda: “O que evidencia a humanização do
                                         dinossauro Horácio?”

                                                                                                                                             MAURICIO DE SOUSA PRODUÇÕES

                                                       ↑ Quem tem mais direito à vida? (2015), história em quadrinhos de Mauricio de Sousa.

                                                     Por exemplo, se você dedica mais tempo ao estudo do que ao descanso na
                                              rede, tem a convicção de que isso é melhor para sua vida; se você se preocupa
                                              com a situação difícil de uma amiga, demonstra que valoriza amizade; se chora
                                              a perda de um ente, valoriza a vida e o amor entre as pessoas. Constantemente,
                                              somos levados a refletir e a decidir sobre as nossas atitudes e os valores nelas
                                              implicados – a mentira, a traição, o engano, a injustiça, a verdade, o amor... Nesse
                                              sentido, é impossível ser amoral, isto é, viver sem nenhum valor. Se assim fosse,
                                              nós nos aproximaríamos da vida dos outros animais, quer dizer, abdicaríamos de
                                              nossa humanidade.

                                                     Além disso, como alertou o filósofo Aristóteles, discípulo de Platão, o ser
                                              humano não é apenas racional; ele é um ser social ou político. E, para viver em
                                              sociedade, é necessário cumprir regras e normas de convivência, além de observar
                                              as leis, escritas ou não, que regulam as relações entre as pessoas. Mais uma vez
                                              somos obrigados a pensar sobre o que é melhor para a sociedade e para todos os
                                              que dela fazem parte. Estamos de volta às reflexões éticas.

                                                     Talvez tenhamos de nos dedicar a construir uma possibilidade intermediária
                                              entre o relativismo e o absolutismo, considerando as preocupações legítimas dos
                                              defensores das duas posições. Acreditar de maneira veemente que os valores hu-
                                              manos são absolutos é, em certa medida, ignorar as diferenças culturais que estão
                                              presentes em todo o mundo. Em contrapartida, o relativismo extremado implica não
                                              só a defesa de que cada sociedade deve ter suas normas e valores, mas também
                                              a de que cada indivíduo tem valores independentemente da sociedade. Isso levaria
                                              cada um a agir como bem entendesse, o que impossibilitaria o convívio social e,
                                              por extensão, inviabilizaria a sociedade.

                                                     Cabe à humanidade construir acordos mínimos sobre valores humanos que ten-
                                              dam ao universal. Afinal, a condição humana se expressa também na constante refle-
                                              xão que o homem faz de sua vida, de suas ações e da sociedade. Será isso possível?

50 UNIDADE 1: O MUNDO EM EXPANSÃO
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