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A dominação imperialista na Ásia

                                      Na Ásia, desde o século XVIII a Grã-Bretanha dominava vários principados
                                indianos por meio da Companhia das Índias Orientais Britânicas. Essa empresa
                                comercial foi responsável por introduzir os tecidos manufaturados de algodão
                                no mercado indiano, que causou a ruína da produção artesanal local de tecidos.
                                Após a Guerra dos Cipaios (1857-1858), a Índia passou a ser administrada direta-
                                mente pela Coroa britânica. Na sequência, os britânicos conquistaram Malásia,
                                Birmânia, Hong Kong e Cingapura. Os franceses conquistaram a Indochina (atuais
                                Vietnã, Laos e Camboja). Os holandeses, por meio da Companhia Holandesa das
                                Índias Orientais, estabeleceram um domínio colonial na Indonésia. Os portugue-
                                ses mantiveram suas antigas possessões coloniais na Índia (Goa, Damao e Dio)
                                e na China (Macau), além do Timor-Leste. A China e o Japão, embora tenham
                                se mantido independentes, foram obrigados a abrir seus portos às potências
                                ocidentais, concedendo-lhes vantagens comerciais.

                              ↻	A legitimação ideológica do imperialismo

                                    O interesse em conquistar novos mercados como saída para a crise que asso-
                              lava a Europa foi o motor da nova expansão colonial europeia, também chamada de
                              neocolonialismo. Mas o imperialismo também contou com um ingrediente ideológi-
                              co, na forma de um discurso específico que contribuiu para legitimar a dominação
                              europeia sobre um conjunto de povos da África, da Ásia e da Oceania.

                                    O mundo europeu do século XIX tinha no progresso e na ciência seu ponto
                              de partida para a conquista de novos territórios. As revoluções tecnológicas e as
                              descobertas científicas que permitiram expandir a industrialização para vários
                              países da Europa imprimiram na mentalidade das elites e das camadas médias
                              do continente a crença na superioridade e na missão civilizadora dos europeus.

                                    A crença na tarefa civilizadora do mundo ocidental foi representada no
                              famoso poema “O fardo do homem branco”, do britânico Rudyard Kipling, de
                              1899, e em várias charges da época, como esta a seguir.

→ Do Cabo ao Cairo,                                                                                               UDO J. KEPPLER - BIBLIOTECA DO CONGRESSO, WASHINGTON
ilustração do cartunista
austríaco Joseph Keppler,
1902, que representa a
luta dos sudaneses contra
o avanço das tropas
britânicas na África. A
resistência da população
contra a dominação colonial
marcou o imperialismo
europeu na África, na Ásia e
na Oceania.

                                    Assim, a expansão imperialista foi interpretada pelos europeus não apenas
                              como uma oportunidade de expansão territorial e econômica, superando assim
                              a grande depressão, mas também como um meio de a cultura europeia iniciar
                              aquilo que acreditava ser sua missão: levar a civilização aos povos bárbaros e
                              selvagens do planeta.

220 UNIDADE 3:  O MUNDO QUE CONHECEMOS
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