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elas existam? Talvez o fundamento ou a origem de todas as coi-
sas que existem sejam a mente, o espírito ou a razão.
Hegel é o mais importante dos filósofos do idealismo ale-
mão. Seu sistema metafísico influenciou e até hoje influencia fi-
lósofos e correntes filosóficas contemporâneas. No centro de sua
filosofia está a ideia de percurso do Espírito Absoluto. Espírito
Absoluto antes de tudo é atividade, está em marcha e se realiza
a partir de afirmações e negações. Daí o caráter dialético da sua
realização progressiva.
Sugere-se destacar para o aluno a importância da dialé-
tica idealista de Hegel para a filosofia, que em certa medida
resgatou o movimento e a negação para o pensamento racional.
Ambos, desde a formulação de Parmênides, eram considerados
insólitos, enganosos, opostos ao verdadeiro ser, que deveria ser
imóvel e não poderia não ser. Hegel retomou Heráclito e afirmou
não só o movimento do espírito, mas o fato de que ele se move
por processos de afirmação, negação e síntese. Um motivo adi-
cional para ressaltar a importância da dialética hegeliana é sua
influência na teoria de Marx. O materialismo histórico-dialético
herdou o conceito de dialética de Hegel e o aplicou à vida con-
creta dos homens.
Segundo Hegel, a evolução do conhecimento leva o homem
comum do saber meramente fenomênico, inconsciente do mo-
vimento do espírito, que entende o sujeito do conhecimento e o
objeto conhecido como duas coisas distintas, ao saber absoluto,
momento de consciência da marcha do espírito, quando o espí-
rito reconhece sua própria atividade como criadora da realidade.
Aproveite o conceito de dialética de Hegel na análise do
boxe que trata do herói grego Odisseu e da Guerra de Troia.
Esclareça a analogia feita no texto principal entre a trajetória do
espírito, concebida por Hegel, e a epopeia de Odisseu, narrada
na Odisseia, de Homero.
APRENDER A ARGUMENTAR (P. 197)
Propor aos alunos a leitura do texto expositivo sobre a falácia
da pergunta complexa, incentivando-os a dar exemplos de sua
utilização na vida cotidiana. Ela pode ser traduzida como: “pega-
dinha”. É uma pergunta capciosa, apresentada como simples (pois
supõe “sim” ou “não” como resposta), e que tenta trazer em si a
impossibilidade de uma resposta que não prejudique o interlocutor.
LABORATÓRIO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS (P. 198)
Nesta seção, trabalhamos dois textos, o de Isaiah Berlin, As
raízes do romantismo, e o de Denis Rosenfield, Hegel. No primeiro,
é importante destacar a relação entre finito e infinito do movi-
mento romântico, presente também na filosofia idealista alemã.
O segundo escrito, trata da evolução ou o progresso do espírito
na filosofa hegeliana, com destaque para as fases históricas de
realização da ideia de liberdade.
LEITURA PARA O PROFESSOR
DUDLEY, Will. Idealismo alemão. Petrópolis: Vozes, 2013.
Dudley, nesta obra, apresenta de maneira didática e concisa noções e conceitos
complexos do idealismo alemão, abarcando o período da publicação da Crítica
da Razão Pura de Kant até a morte de Hegel (1831), tratando, portanto, do
pensamento de Kant, Fichte, Schelling e Hegel.
HYPPOLITE, Jean. Gênese e estrutura da fenomenologia do espírito
de Hegel. 2. ed. Trad. Sílvio Rosa Filho e outros. São Paulo: Discurso
Editorial, 2003.
Obra capital de interpretação e elucidação da Fenomenologia do Espírito, de
Hegel. O filósofos francês dedicou grande parte de sua vida acadêmica aos
estudos do pensamento de Hegel e pôde, como poucos, prestar uma profunda
contribuição de esclarecimento do hegelianismo.
VAZ, Henrique Cláudio de Lima. A formação do pensamento de
Hegel. São Paulo: Loyola, 2014.
O padre jesuíta e filósofo Vaz Lima é considerado o mais credenciado intérprete marcada por esse fato: a existência individual, particular, acontece
brasileiro sobre o pensamento hegeliano. Nesta obra, ele trata da formação do
pensamento do grande filósofo do idealismo alemão.
Leitura para o aluno
Texto 1
Trecho de texto retirado da obra Leviatã, de Thomas Hobbes,
que trata da possível situação do ser humano em estado de na-
tureza, como fonte argumentativa para a defesa da existência de
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direitos naturais e da necessidade da sociedade ou do contrato
social para evitar uma situação de guerra de todos contra todos.
Destaque para a fundamentação dos conceitos de justiça e injus-
tiça da sociedade contratual. O escrito pode ser utilizado como
aprofundamento do estudo realizado no capítulo 15.
O contrato social para evitar a guerra do homem contra
o homem
“[...] tudo aquilo que se infere de todo homem, infere-se também
do tempo durante o qual os homens vivem sem outra segurança senão
a que lhes pode ser oferecida pela sua própria força e pela sua própria
invenção. Numa tal condição não há lugar para trabalho, pois o seu fruto
é incerto; consequentemente, não há cultivo da terra, nem navegação,
nem uso das mercadorias que podem ser importadas pelo mar; não há
construções confortáveis, nem instrumentos para mover e remover as
coisas que precisam de grande força; não há conhecimento da face da
Terra, nem cômputo do tempo, nem artes, nem letras; não há sociedade;
e o que pior do que tudo, um medo contínuo e perigo de morte violenta.
E a vida do homem é solitária, miserável, sórdida, brutal e curta.
[...] Poderá porventura pensa-se que nunca existiu um tal tempo,
nem uma condição de guerra como esta, e acredito que jamais tenha sido
geralmente assim, no mundo inteiro; mas há lugares onde atualmente
se vive assim, porque os povos selvagens de muitos lugares da América,
com exceção do governo de pequenas famílias, cuja concórdia depende
da concupiscência natural, não possuem nenhuma espécie de governo,
e vivem nos nossos dias daquela maneira brutal que antes referi. Seja
como for, é fácil conceber qual era o gênero de vida quando não havia
poder comum a temer [...]
Desta guerra de todos os homens contra todos os homens tam-
bém isto é consequência: que nada pode ser injusto. As noções de certo
e de errado, de justiça e injustiça não podem aí ter lugar. Onde não há
poder comum não há lei, e onde não há lei não há injustiça. Na guerra, a
força e a fraude são as duas virtudes cardeais. A justiça e a injustiça não
fazem parte das faculdades do corpo ou do espírito. Se assim fosse, po-
deriam existir num homem que estivesse sozinho no mundo, do mesmo
modo que os seus sentidos e paixões. Sãi qualidades que pertencem aos
homens em sociedade, não na solidão. Outra consequência da mesma
condição é que não há propriedade, nem domínio, nem distinção entre
o meu e o teu; só pertence a cada homem aquilo que ele é capaz de
conseguir, e apenas enquanto for capaz de o conservar. É pois nesta
miserável condição que o homem realmente se encontra, por obra da
simples natureza, embora com uma possibilidade de escapar a ela, que
em parte reside nas paixões e em parte na sua razão.
As paixões que fazem os homens tenderem para a paz são o medo
da morte, o desejo daquelas coisas que são necessárias para uma vida
confortável e a esperança de as conseguir por meio do trabalho. E a
razão sugere adequadas normas de paz, em torno das quais os homens
podem chegar a um acordo. Essas normas são aquelas a que em outras
situações se chamam leis da natureza [...]”
HOBBES, Thomas. Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003. p. 109, 110 e 111.
RESPOSTAS E COMENTÁRIOS DAS ATIVIDADES DO LIVRO DO ESTUDANTE
QUESTÕES (P. 190)
A atividade é aberta e procura estimular a reflexão dos es-
tudantes sobre a existência de uma força infinita – uma ideia ou
conceito presente de maneira diversa no romantismo e no idealismo
alemão e que, em certa medida, está presente também no imaginá-
rio ou na vida de muitas pessoas. O romantismo ressalta principal-
mente a ideia de sentimento do infinito, e o idealismo alemão, a ideia
de que há uma razão que governa o mundo. É possível aproximar
essas ideias à realidade do jovem, que pode ter sentimentos mís-
ticos ou religiosos de unidade, ou conceber o Universo como uma
totalidade na qual existe interação entre seus elementos. São con-
ceitos abstratos que, no entanto, têm incidência concreta na vida,
se transfigurados como a relação entre indivíduo e sociedade, ou
o ser humano e a natureza, ou ainda como religiosidade (homem e
Deus). Em todos os casos, o ser humano ou o indivíduo tem sua vida
dentro de uma totalidade (social, natural ou espiritual).
QUESTÕES (P. 196)
1) O principal conceito explorado na obra de Delacroix é o da
liberdade, representada por uma mulher semidesnuda que
ergue a bandeira francesa e carrega um fuzil. Ou seja, a
pintura da mulher remete a um ideal, a liberdade. A busca