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comportamento do microcosmo é distinto do comportamento do
macrocosmo. Nesse aspecto, são utilizados dois argumentos: o
fato de o elétron se comportar como partícula (matéria) e como
onda, o que se contrapõe aos princípios da identidade e da não
contradição, e a impossibilidade de determinar ao mesmo tem-
po com precisão a posição e a velocidade do elétron, o que fez
Heisenberg formular o princípio da incerteza. Permanece aberta
a necessidade de uma teoria geral que explique o conjunto das
dimensões do micro e do macrocosmo.
Na última parte do capítulo, são abordadas reflexões da fi-
losofia da ciência, em especial o critério de demarcação científica
no pensamento de Popper, Kuhn e Feyerabend.
APRENDER A ARGUMENTAR (P. 220)
Nesta seção apresentamos as falácias de composição e de
divisão. Características dos argumentos que embaralham as partes
e o todo. Recomendamos a mediação atenta do professor durante
o estudo dessas falácias, que podem gerar dúvidas. O exercício 1
demanda a distinção entre esses dois tipos de falácias, e o exercí-
cio 2 propõe um desafio divertido: a análise de uma charada, que
pode ser objeto de debates entre os alunos. Como complementa-
ção do trabalho, propor aos alunos que reescrevam as frases do
exercício 1, elaborando argumentos corretos.
LABORATÓRIO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS (P. 221)
Nesta seção, utilizando-se de um texto de Patrícia Fara, Uma
breve história da ciência, estimula-se a reflexão sobre os critérios
de classificação científica, sua relatividade e importância. Patrícia
evoca uma paródia irônica escrita por Borges, que “brinca” com a
ambiguidade e o subjetivismo das classificações.
LEITURA PARA O PROFESSOR E ALUNO
BRAGA, Marco; GUERRA, Andreia; REIS, José Claudio. Breve história
da ciência moderna. Rio de Janeiro: Zahar, 2003-2005. v. 1 a 5.
Formada por cinco pequenos volumes, a coleção trata do conhecimento cientí-
fico, da Idade Média até a contemporaneidade.
GLEISER, Marcelo. A dança do Universo: dos mitos de criação ao Big
Bang. 2. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
Com uma escrita clara e objetiva, aborda a história da física e da astronomia
e busca traçar comparações entre as visões cosmogônicas atuais e os antigos
mitos da criação.
RESPOSTAS E COMENTÁRIOS DAS ATIVIDADES DO LIVRO DO ESTUDANTE
QUESTÕES (P. 201)
1) A questão visa sensibilizar os estudantes, contextualizando-
-os na sociedade tecnológica. Espera-se que eles percebam
que sua relação com a tecnologia é imanente à sua vida,
pois, em nossa sociedade, os modos de ser e as maneiras
de agir estão embebecidos de produtos tecnológicos. Toda
a nossa existência está estruturada pela criação e o uso
desses produtos. A vivência na sociedade contemporânea é
impossível sem eles.
2) Essa questão busca estimular os estudantes a reflexões
sobre a sociedade tecnológica. Há inúmeras possibilidades
reflexivas, como a degradação da natureza a partir da inter-
venção do ser humano; a precarização do trabalho; a mas-
sificação das ações e o controle por meio das redes sociais;
a disseminação das fake news por meios virtuais; os limites
necessários à engenharia genética; etc.
QUESTÃO (P. 202)
Essa atividade busca resgatar o conhecimento prévio dos
estudantes de como a ciência moderna e a contemporânea fo-
ram estabelecidas, compreensão que será ampliada ao longo do
estudo deste capítulo. Mesmo que tenham uma visão genérica
ou superficial sobre ciência, eles podem destacar a observação,
o experimento, a objetividade, a universalidade ou qualquer outro
procedimento. Trata-se do início de suas reflexões sobre o assunto.
DE OLHO NO PRESENTE (P. 207)
Aqui se tem uma oportunidade de os estudantes refletirem
sobre o conhecimento científico. Não é um conhecimento estático
e definitivo, mas muda no tempo e no espaço. Na maioria das vezes,
aperfeiçoando-se. As descobertas científicas e as criações tecnoló-
gicas vão possibilitando um entendimento mais profundo da reali-
dade, da sociedade, do mundo e do universo. Assim, o instrumento
aperfeiçoado por Galileu, a luneta, ajudou-o a esclarecer um con-
junto de falsas afirmações sobre o universo; por exemplo, de que
a Lua e o Sol são perfeitos e não apresentam irregularidades, nem
alterações, quando a Lua tem elevações e depredações, e o Sol,
manchas que indicam alterações. A revelação desses fatos propiciou
um argumento importante contra à teoria aristotélica e a favor de
uma nova visão de mundo. Da mesma maneira, com a evolução
tecnocientífica atual, foi criado o telescópio espacial James Webb,
que está nos permitindo conhecer novas facetas do Universo.
QUESTÃO (P. 208)
Trata-se de uma atividade reflexiva sobre o reducionismo
provocado pelo emprego absoluto da linguagem matemática para
compreender o mundo e, em especial, o ser humano. Esse fenô-
meno foi verificado em alguns pensadores nos séculos modernos
e contemporâneos, que buscaram leis precisas e inalteráveis nas
ciências humanas. Busca-se com essa atividade estimular a refle-
xão, por um lado, sobre a importância da matemática; por outro,
sobre seus limites no conhecimento da realidade.
APRENDER A ARGUMENTAR (P. 220)
1) A3 – A propriedade da parte (as peças) é atribuída ao todo (o
avião). No entanto, é possível que as peças de um avião sejam
leves e o avião seja pesado, pois seu peso é produto da soma
de todas as peças. Trata-se de uma falácia de composição.
A4 – A propriedade do todo (empresa vitoriosa) é atribuída
à parte (um trabalhador vitorioso). Entretanto, o fato de
uma empresa ser vitoriosa não é prova de que determinado
trabalhador dessa empresa também o seja. Uma empresa
pode ser vitoriosa e ter em seus quadros trabalhadores não
vitoriosos. Trata-se de uma falácia de divisão.
A5 – É uma falácia de composição. É plenamente possível,
e já aconteceu inúmeras vezes, um time estar recheado de
craques e, no entanto, não funcionar bem. Para um time (o
todo) ter um bom desempenho é necessário mais do que ter
bons jogadores (as partes), uma vez que o todo não é apenas
a soma das partes. Além do nível técnico dos jogadores há
outros fatores que interferem no desempenho do time, como o
relacionamento entre os jogadores, o treinamento, o condicio-
namento físico, a estabilidade emocional, o esquema tático etc.
A6 – Trata-se de uma falácia de divisão. A propriedade do todo
(família) é atribuída à parte (Clélia). O fato de uma família ter o
costume de economizar dinheiro não significa que todos os seus
membros sejam econômicos. Uma família pode ter o costume
de economizar e um de seus membros não ser econômico.
A7 – A propriedade da parte (José) é atribuída ao todo (cons-
trutora). Trata-se de uma falácia de composição, já que o fato
de um engenheiro incompetente trabalhar em uma constru-
tora não significa que toda a construtora seja incompetente.
É possível que uma construtora competente tenha em seu
quadro de funcionários um engenheiro incompetente.
2) A pergunta da charada é baseada em uma confusão entre
as partes e o todo. Quando se pergunta por que os coelhos
brancos comem mais do que os castanhos, dá-se o sentido
de que cada coelho branco (parte) come mais do que cada
coelho castanho (parte). Na resposta, o mistério é decifra-
do: é no conjunto (todo) que os coelhos brancos comem
mais do que os castanhos, porque são em maior número.
Individualmente os coelhos brancos e os castanhos comem
mais ou menos a mesma quantidade; ou seja, há implícita a
falácia da divisão, atribuindo-se a cada parte (cada coelho
branco) a propriedade do todo (comer mais).
REFLETIR (P. 220)
Na tirinha de Gonsales, há uma clara ironia, pois a enge-
nharia genética pode agora criar animais que anteriormente eram
parte das narrativas míticas dos gregos antigos, como o centauro,
meio homem, meio cavalo. Porém, ao transformar a fantasia em
realidade, a ciência desmistifica e banaliza a relação que o ser
humano possui com o mundo. Um centauro ou uma sereia são
interessantes justamente porque são mágicos, pois fazem parte da
imaginação, das histórias, da ficção, da poesia. Quando são apre-
sentadas como uma realidade, essas entidades podem ser consi-
deradas aberrações. A ciência como um todo deve ser ponderada
de forma ética, e os cientistas devem pensar nas consequências
de seus trabalhos e descobertas científicas, pois nem todas as
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