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acompanhado de repressão por parte da polícia da morali‑ aborda a situação da Índia, com seus conflitos e desafios, e
dade, que oprime as mulheres do país e limita sua liberdade, explora o continente africano, analisando suas riquezas, con‑
infringindo a Declaração Universal dos Direitos Humanos, da flitos e desafios.
qual o Irã é signatário.
OBJETIVOS DO CAPÍTULO:
6) A nomeação da ativista iraniana dá relevância aos direitos
fundamentais das mulheres, em uma luta que não se restringe • Analisar questões históricas, geográficas e socioeconômicas do Sul Global, pro‑
aos países islâmicos. A opressão de gênero também ocorre no blematizado suas discrepâncias socioeconômicas e seus conflitos.
Brasil, seja na forma de violência direta em atos de feminicídio
e estupros, seja na desvalorização do trabalho feminino. • Identificar características de alguns países do Sul Global, avaliando situações
históricas, socioeconômicas e disparidades no Brasil.
7) Dificuldades com o idioma, com aspectos culturais, para
conseguir emprego, além de discriminação, pois muitas vezes • Analisar processos históricos, geográficos, socioeconômicos, de lutas e resistên‑
são alvo de ataques xenofóbicos. cia no continente africano, avaliando suas riquezas e atuais desafios.
8) Resposta pessoal. Os estudantes podem citar a Cruz • Desenvolver as habilidades EM13CHS101, EM13CHS103, EM13CHS105,
Vermelha e os Médicos Sem Fronteiras, por exemplo. A Cruz EM13CHS106, EM13CHS201, EM13CHS202, EM13CHS203, EM13CHS204,
Vermelha é uma instituição privada que trabalha com orça‑ EM13CHS205, EM13CHS206, EM13CHS303, EM13CHS304, EM13CHS401,
mento arrecadado entre indivíduos e governos de muitos EM13CHS502, EM13CHS503, EM13CHS504, EM13CHS603, EM13CHS604,
países. Um de seus principais objetivos é socorrer militares ou EM13CHS605 e EM13CHS606.
civis, de vários países, vítimas de conflitos armados nacionais
e internacionais ou de catástrofes naturais. SUGESTÕES DE LEITURA:
Conta com centenas de trabalhadores internacionais e com
mais de 7 mil colaboradores distribuídos por aproximada‑ ADICHIE, Chimamanda Ngozi. O perigo da história única. São Paulo:
mente 80 países. Seus funcionários são proibidos de usar Companhia das Letras, 2019.
armas. O desenho da cruz vermelha que utilizam nas rou‑ O que sabemos sobre outras pessoas? Como criamos a imagem que temos de
pas é o símbolo que identifica a instituição e geralmente é cada povo? Nosso conhecimento é construído pelas histórias que escutamos, e
respeitado por povos em conflito. Página da Cruz Vermelha quanto mais diversas forem essas narrativas, mais completa será nossa com‑
Paulista: www.cvbsp.org.br. Nela há informações sobre ações preensão de um determinado assunto. É com essa proposta – a de diversificar
e projetos dessa instituição humanitária. as fontes de conhecimento e ser cauteloso ao ouvir apenas uma versão da
história – que a autora desenvolve a palestra que foi adaptada para livro.
Outra instituição humanitária conhecida são os Médicos sem
Fronteiras, criada na década de 1970 por jovens médicos BOAHEN, Albert Adu. A África diante do desafio colonial. In:
e jornalistas franceses. Atualmente, reúne mais de 20 mil BOAHEN, Albert Adu. História Geral da África, VII: África sob domi‑
profissionais de várias áreas de atuação, distribuídos em 65 nação colonial, 1880-1935. 2. ed. rev. Brasília: Unesco, 2010.
países. Página do Médicos sem fronteiras: www.msf.org.br. Este livro faz parte da série de volumes sobre a História Geral da África. Em
Nela, há dados e informações que mostram a atuação dessa particular, analisa o período de 1880 a 1935, que abrange a partilha colonial,
instituição, espalhada por mais de 70 países. a conquista e a ocupação europeia da África, e a invasão da Etiópia pela Itália
9) a) Os povos árabes têm em comum o idioma e aspectos fascista. O volume foca principalmente nas respostas dos próprios africanos
étnicos comuns, já os muçulmanos são seguidores da reli‑ aos desafios do colonialismo. Os capítulos finais discutem os movimentos anti‑
gião islâmica. Existem árabes que não são muçulmanos e colonialistas, o fortalecimento do nacionalismo político africano e as interações
muçulmanos que não são árabes. Dois exemplos: os árabes entre a África Negra e o Novo Mundo. Libéria e Etiópia são discutidas em capí‑
católicos do Líbano e da Síria e os muçulmanos da Indonésia, tulos especiais. Vale a pena explorar todos os volumes da série.
onde vive a maior comunidade islâmica não árabe do mundo,
com cerca de 242 milhões de pessoas (2022). HARVEY, David. A produção capitalista do espaço. São Paulo:
Existem comunidades islâmicas não majoritárias, mas ex‑ Annablume, 2005. (Coleção Geografia e Adjacências)
pressivas nos seguintes países: Índia, China, Rússia, Israel, A obra reúne sete textos de natureza essencialmente metodológica, que
Estados Unidos, Reino Unido, Espanha, Alemanha, França, buscam explicar os fundamentos teóricos e conceituais que David Harvey
Holanda, Brasil, entre outros. utiliza em sua abordagem singular da “geografia”, oferecendo ferramentas para
entender a complexidade do mundo contemporâneo.
O Islã, que nasceu na Península Arábica, conquistou parte
da Ásia e da Europa e todo o norte da África, reúne cerca de SUGESTÕES DE ENCAMINHAMENTO DIDÁTICO
1,9 bilhão de fiéis em várias partes do mundo, muitos deles Dada a multiplicidade e complexidade dos temas aborda‑
em países não árabes. A expansão do Islã é um fenômeno
que tem 1400 anos de história e teve muita influência do dos no capítulo 22, sugere-se problematizar as discussões. Por
sincretismo cultural e na miscigenação de raças entre con‑ exemplo, ao estudar a Conferência de Berlim, destaque o fato
quistadores e conquistados. de que os colonialistas europeus já exploravam o continente
africano antes da partilha oficial (com feitorias no litoral) e
b) As guerras no Oriente Médio, mesmo ocorrendo em re‑ questione a ausência de representantes africanos na confe‑
giões distantes do Brasil, podem afetar diretamente a vida rência. Embora pareça uma questão simples, ela permite aos
de todos nós, principalmente em razão da variação do preço estudantes ampliar suas reflexões e desenvolver uma visão crí‑
do petróleo e seus subprodutos: combustível, fertilizante, tica sobre o tema: perceber, por exemplo, que entre os “atores”
matéria-prima para produção de plástico etc. O aumento responsáveis pela partilha da África, os africanos não estavam
no preço de combustíveis poderá representar a elevação no incluídos; que os europeus, no passado, definiram o destino de
custo do transporte; o preço do fertilizante influenciará o muitos países da África, e que isso continua a afetar a vida da
preço final dos alimentos e assim por diante. maioria dos africanos até hoje; e que as formas de resistência
ao domínio europeu variaram, desde a luta armada no território
CAPÍTULO 22. Desigualdades, conflitos e desafios no Sul Global até o enfrentamento no campo ideológico, com intelectuais
africanos denunciando essas atrocidades.
O capítulo 22 complementa discussões relacionadas ao
tema central da unidade: o mundo em conflitos. Inicia com uma Esse encaminhamento favorece a contextualização dos
reflexão sobre o que são conflitos no âmbito interpessoal e a estudos com o ativismo antirracista atual, já que o processo
importância desses para o surgimento de diálogos que visem à colonial deixou consequências profundas para os descendentes
solução de impasses, diferenças de opiniões, entre outros. Em dos povos africanos, que perduram até hoje. Assim, ao longo
seguida, expande a discussão para o entendimento das desi‑ do capítulo, torna-se fundamental proporcionar aos estudantes
gualdades socioeconômicas que afetam países na atualidade, embasamento teórico sobre temas, fenômenos e situações, por
destacando exemplos de discrepâncias socioeconômicas no Sul meio de problematizações ou questionamentos que os ajudem
Global, bem como os conflitos e desafios decorrentes dessas a avançar em suas reflexões antes de formular conclusões ou
desigualdades. expor suas opiniões.
O capítulo também traz estudos específicos sobre as dis‑ RESPOSTAS E COMENTÁRIOS DAS ATIVIDADES DO LIVRO DO ESTUDANTE
paridades regionais e discrepâncias socioeconômicas no Brasil,
MANUAL DO PROFESSOR 479