Page 391 - PNLD 2026 - FILOSOFIA

APRENDER A ARGUMENTAR (P. 53)
Nesta seção, exploram-se os limites ou problemas que um
raciocínio dedutivo pode enfrentar. Sua forma pode estar correta,
isto é, ele ser formalmente considerado válido, mas seu conteúdo,
não, porque contém alguma ou várias premissas falsas. Importante
explorar a diferença entre validade formal e verdade.
LABORATÓRIO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS (P. 54)
O texto dessa seção, Atuais desafios dos direitos humanos no
Brasil, possibilita um ampla discussão sobre os direitos humanos
em nosso país a partir da exploração da seguinte situação: uma
Constituição que resguarda os direitos fundamentais, mas cuja
implementação concreta de muitos desses direitos inscritos na
lei maior não acontece ou acontece precariamente, após mais de
trinta anos da promulgação da Constituição (1988). Trata-se de
chamar a atenção do aluno para a realidade brasileira e a neces-
sidade de cada um colaborar para a implementação universal dos
direitos humanos.
RESPOSTAS E COMENTÁRIOS DAS ATIVIDADES DO LIVRO DO ESTUDANTE
QUESTÕES (PÁGINA 44)
1) Os alunos podem levantar vários aspectos positivos da uti-
lização de robôs em atividades domésticas, em processos
produtivos e no campo da medicina. Tais aspectos estão
relacionados ao conforto, ao trabalho e à saúde. Já os as-
pectos negativos, em geral, estão associados à utilização de
robôs em conflitos bélicos, mas há também preocupações
relacionadas a acidentes que podem ocorrer por causa de
mau funcionamento da máquina criada pelo ser humano.
Nessa atividade, é importante que o aluno perceba, ao ter
consciência dos prós e dos contras da utilização de robôs,
que a questão abordada é complexa e, portanto, não tem
soluções fáceis ou simples.
2) Essa é uma oportunidade de o aluno iniciar o entendimento
sobre valor. A defesa da vida e da integridade física do ser
humano é o princípio norteador da proposta de Azimov. Em
qualquer âmbito, a utilização de robôs não pode ferir esse
valor, isto é, a defesa da vida humana é mais importante do
que qualquer benefício que a utilização de robôs pode trazer,
e a utilização dos robôs deve estar a serviço da vida (e da
dignidade) humana.
3) Espera-se que o aluno defenda sua posição, contra a
normatização da utilização e do comportamento dos robôs
ou a favor dela, por meio de argumentos. Ao fazê-lo, em
alguma medida, pensará em valores e indagações éticas: o
que é melhor para o ser humano? O que é melhor para seu
bem? É importante destacar um problema ético central que
decorre do avanço da robótica e da Inteligência Artificial (AI,
na sigla em inglês): valorar, isto é, estabelecer valores para as respeito de um problema ético: quem tem mais direito à vida? Só
coisas e as ideias é atitude eminentemente humana, pois é o
ser humano que estabelece valores hierárquicos ou princípios
que devem ser seguidos e que determinam o “deve-se fazer”,
mas essa prerrogativa se perde quando um robô não está
sob o controle humano e pode decidir autonomamente o
que fazer em situações extremas, como a de uma guerra.
Afirmam os cientistas contrários ao emprego de robôs
autônomos em conflitos bélicos: “Em resumo, acreditamos
que a AI tem grande potencial para beneficiar a humanidade
em diversas formas, e o objetivo deste campo de pesquisa
deveria ser exatamente esse. Iniciar uma corrida para o
armamento inteligente é uma má ideia, e deve ser prevenida
por um banimento de armas autônomas que estejam além
do controle humano.” INSTITUTO FUTURE OF LIFE. Armas
autônomas: uma carta aberta dos pesquisadores de robótica
e de inteligência artificial. Disponível em: http://gizmodo.
uol.com.br/carta-aberta-fim-robos-militares/. Acesso em:
1º fev. 2016. Vale destacar o fato de que a Organização das
Nações Unidas (ONU) tem questionado o desenvolvimento
de Robôs Autônomos Letais (LARs, na sigla em inglês). Há
diversos artigos sobre o assunto disponíveis na internet.
Avalie a oportunidade de os alunos assistirem a trechos do
filme citado e de lerem a carta aberta dos cientistas. A carta
está disponível em: http://gizmodo.uol.com.br/carta-aberta-
fim-robos-militares. Acesso em: 1º fev. 2016.
DE OLHO NO PRESENTE (P. 48)
1) Para o autor, a informação é fundamental na democracia
representativa. É sobre a base de informações verdadeiras
que se pode tomar decisões e escolher este ou aquele re-
presentante. As escolhas políticas dependem da informação.
Se o que impera é a mentira ou a desinformação, há campo
propício para a manipulação e o consequente prejuízo para
a democracia.
2) Os estudantes podem concordar ou discordar do cientista
político. No entanto, devem fazê-lo a partir de uma lógi-
ca argumentativa, isto é, darem as razões de seu apoio ou
oposição. Eles também são livres para fazer comentários
sobre o que se devem fazer diante da atual situação de pro-
liferação de fake news. Moisés, na curta resposta que trata
desse assunto, considera um caminho de combate às falsas
informações, que não é o da censura, mas o da ampliação
da informação verídica e da educação para a democracia.
3) A democracia ateniense é realizada principalmente por meio
de participação direta dos cidadãos, que decidiam sobre o
destino da cidade ou sobre os negócios da pólis. Embora
deva-se ressaltar que a maioria da população não era cidadã
– as mulheres, os estrangeiros e os escravos eram excluídos
da cidadania. As democracias modernas são representativas.
Vota-se em pessoas que irão discutir e tomar decisões sobre
o município, estado ou país. Delega-se o poder e as eleições
acontecem só de tempo em tempo. Além disso, as novas
tecnologias possibilitam a rápida disseminação da informa-
ção e, portanto, também de fake news, fenômeno que não
acontecia antes da sociedade tecnológica. Se a eleição dos
representantes da população e as decisões políticas forem
influenciadas determinantemente pela informação falsa, se
as fake news passam a ser uma prática utilizada corriquei-
ramente na política, a democracia é fragilizada.
CONECTADO NAS MÍDIAS DIGITAIS (P. 50)
Espera-se que os estudantes defendam sua posição com
um argumento sucinto sobre a problemática. Isso implica uma
gama de possibilidades: apoio ao absolutismo, apoio ao relati-
vismo, defesa de uma terceira via que mescle e recuse aspectos
das posições antagônicas, conclusão pela inviabilidade de uma
decisão, alegação da necessidade de estudos mais profundos etc.
De qualquer maneira, eles devem refletir e elaborar argumentos,
isto é, caminhando para a reflexão filosófica, mesmo se utilizando
de um meio sucinto de expressão.
QUESTÃO (P. 50)
O que evidencia a humanização do dinossauro Horácio é o
fato de que, além de compreender uma linguagem humana ex-
pressa pelo mamute (também humanizado), ele se autoindaga a
o ser humano reflete sobre problemas éticos como esse.
QUESTÃO (P. 51)
Os estudantes podem citar ou não os direitos descritos no
trecho reproduzido da Declaração Universal dos Direitos Humanos
(DUDH). O importante é que eles desenvolvam reflexões a respeito
da problemática universal dos direitos e valores e argumentem
sobre a escolha que fizerem. Espera-se, por exemplo, que expli-
quem por que a liberdade é um direito importante para todos os
seres humanos.
APRENDER A ARGUMENTAR (P. 53)
1) Os argumentos A3 e A4 são válidos. O argumento A3 é sólido
ou correto, pois tem premissas verdadeiras. O argumento
A4, embora seja válido, não é sólido, pois suas afirmações,
premissas e conclusões são falsas.
2) É uma boa oportunidade de o aluno elaborar um argumento,
mostrando entendimento e domínio conceitual e prático do
que são argumentos dedutivos, válidos e sólidos.
LABORATÓRIO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS (P. 54)
1) Segundo o texto, na Constituição Brasileira de 1988, os di-
reitos humanos estariam resguardados – o ordenamento
jurídico do país em relação aos direitos humanos seria uma
das melhores do mundo. Nessa perspectiva, a Constituição
está em acordo com os direitos humanos. No entanto, ainda
hoje existem dificuldades de implementação dessas leis e
MANUAL DO PROFESSOR 389