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Na primeira parte do texto – composta pelas seções e sub- BACON, Francis. Novum organum. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
seções respectivas: A unidade e a variabilidade da natureza (p. 32); (Coleção Os Pensadores).
Do pensamento mítico ao filosófico (p. 33); Filosofia: a busca pela Bacon, nesta obra publicada em 1620, propõe um novo método de investigação
explicação racional das coisas (p. 34); e A novidade do pensamento científica baseado na observação e experimentação. Esse pensador é conside-
filosófico (p. 37) –, sugerimos destacar: rado um dos pais da ciência moderna, um dos responsáveis pela transição do
pensamento medieval para o moderno.
• A passagem do pensamento mítico para o pensamento filo-
sófico. Desenvolver a ideia de que a filosofia constituiu uma DESCARTES, René. Discurso do método. São Paulo: Martins Fontes,
nova maneira de pensar e ordenar o mundo. 1989.
Descartes propõe um novo método para conduzir a razão e buscar a verdade
• A especulação dos filósofos da natureza e o problema da nas ciências, mais especificamente ele pretende fundar a ciência sob novos
variabilidade e da unidade da natureza. Explicar o problema critérios metodológicos, exaltando a evidência, a análise, a síntese e a revisão
do uno e do múltiplo, isto é, discutir a seguinte questão le- constante (enumeração).
vantada pelos filósofos da natureza: como a natureza pode
ter unidade e, ao mesmo tempo, multiplicidade? GUATTARI, Félix. As três ecologias. 11. ed. Campinas: Papirus, 2001.
Obra transdisciplinar que se propõe a analisar as sociedades contemporâneas a
• A tentativa dos filósofos naturalistas de formular uma expli- partir da Ecosofia, aliando a ética à política.
cação racional e a ideia de uma matéria primordial. Comentar
a tentativa de resposta dos filósofos da natureza ao pro- APRENDER A ARGUMENTAR (P. 42)
blema do uno e do múltiplo: a existência de uma matéria Nessa seção, tratamos novamente da diferenciação de ar-
primordial que estaria presente em tudo o que existe em
proporções diferentes. • Destacar o caráter racional da res- gumentos dedutivos e indutivos. Buscamos aprofundar o enten-
posta. Ideias importantes na especulação filosófica inicial: dimento do aluno sobre essas duas formas de raciocínio a partir
a natureza tem as próprias regras; o ser humano pode co- da contraposição das características específicas de cada uma.
nhecê-las; o instrumento desse conhecimento é a razão. Procurou-se dar especial ênfase à definição de argumento indutivo
e às condições para que ele seja considerado consistente ou for-
SUGESTÕES DE LEITURA PARA O PROFESSOR te. É muito importante que o aluno consiga distinguir o processo
dedutivo do indutivo e as respectivas características.
JAEGER, Werner. Paideia: a formação do homem grego. 6. ed. São
Paulo: Martins Fontes, 2013. LABORATÓRIO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS (P. 43)
Obra clássica do filósofo e filólogo alemão Werner Jaeger. Trata-se de um O texto da filósofa Hannah Arendt, escrito em 1950, reflete so-
estudo profundo, provavelmente o mais completo, sobre a cultura e os ideais
de educação da Grécia antiga. bre o vínculo entre o ser humano e a Terra, salientando a necessidade
de pensarmos sobre os rumos que queremos dar ao desenvolvimento
KIRK, Geoffrey S.; RAVEN, J. E.; SCHOFIELD, M. Os filósofos pré- do conhecimento científico. Sugerimos a exploração dessa reflexão,
-socráticos: história crítica com seleção de textos. 4. ed. Lisboa: oportuna e atual, dadas as condições precárias da natureza e da
Fundação Calouste Gulbenkian, 1994. Terra que, em boa parte, são consequências de práticas humanas.
Apresenta análises sobre aspectos do pensamento pré-socrático, além de uma
seleção de textos comentados. RESPOSTAS E COMENTÁRIOS DAS ATIVIDADES DO LIVRO DO ESTUDANTE
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia: da QUESTÃO (PÁGINA 31)
Antiguidade à Idade Média. 11. ed. São Paulo: Paulus, 2012. v. 1. 1) 1Espera-se, com essa atividade, desenvolver um processo de
Organizado em “unidades didáticas”, apresenta aspectos do pensamento de sensibilização no aluno para os assuntos que serão tratados
filósofos gregos, da filosofia helenística e medieval. no capítulo: o processo de formação da filosofia e as teorias
dos filósofos naturalistas, a abordagem da ciência moderna em
VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. Rio de relação à natureza e a crítica de pensadores da teoria crítica à
Janeiro; São Paulo: Difel, 1977. razão instrumental. Entre os fenômenos que causam espanto,
Nessa obra, Vernant, helenista consagrado, vai às origens da filosofia ocidental. o aluno pode mencionar desde o nascer do sol e o desenvol-
A partir dos mitos e da sociedade grega antiga, ele elucida à formação do pen- vimento embrionário dos animais até a erupção vulcânica, o
samento grego e da filosofia e, em parte, da nossa própria maneira de pensar. movimento dos planetas, o deslocamento das placas tectônicas
etc. Todos esses fenômenos são admiráveis por algum fator,
Na segunda parte do capítulo, composta pelas seções e seja por sua grandiosidade, seja por sua simplicidade engenhosa.
subseções respectivas A ciência como instrumento de domínio da 2) Espera-se que o aluno dê sua opinião de maneira clara e
natureza (p. 38) e Pensando sobre os problemas ambientais (p. 39), concisa sobre os dois assuntos. Ele deve tentar articular as
sugerimos destacar: duas linguagens – visual e textual – e, ao mesmo tempo,
compará-las. Trata-se de um exercício com o objetivo de
• A relação de domínio e subjugação da natureza a partir do desenvolver no aluno a capacidade de elaboração textual e
desenvolvimento da ciência moderna. Explorar os textos de de análise de linguagens.
Bacon e de Descartes. Eles representam bem o entendi- 3) No debate, os alunos poderão expor algum conhecimento
mento da ciência como instrumento de poder e dominação prévio sobre o assunto e manifestar o que pensam sobre
sobre a natureza. as ideias presentes na introdução deste capítulo. O mais
importante é que eles procurem argumentar ao defender
• Exploração dos problemas ambientais apresentados no re- seu ponto de vista. É importante também que ponderem
latório de 2023 da Organização Meteorológica Mundial da sobre a pergunta; afinal, é uma oportunidade de perceberem
Organização das Nações Unidas (ONU). a força das ideias. Uma nova visão sobre a natureza pode
proporcionar uma atitude diferente em relação a ela. Os alu-
• Colaboração da filosofia na reflexão sobre nossa relação nos podem argumentar que o espanto e a admiração diante
com a natureza. da natureza devem ser recuperados para que o ser humano
desenvolva um comportamento prudente e certa reverência,
• Nesse aspecto, os textos de Félix Guattari e de Arne Naess preservando, assim, sua vida e a dos demais seres.
são importantes subsídios. Cada um à sua maneira evidencia
a necessidade de encarar os problemas ecológicos de uma QUESTÃO (P. 32)
maneira ampla e complexa com base em determinados va- Com essa pergunta, busca-se instigar os estudantes a re-
lores – vida em geral, vida humana, finalidades humanas –,
levando em conta aspectos econômicos, culturais, éticos, fletirem sobre a problemática enfrentada pelos pré-socráticos
políticos, científicos e tecnológicos. e prepará-los para o entendimento das respostas dadas pelos
primeiros filósofos, que serão estudadas mais à frente. Esses fi-
SUGESTÕES DE LEITURA PARA O PROFESSOR lósofos, monistas ou pluralistas, teorizaram sobre a presença de
uma ou mais substâncias em todas as coisas existentes, o que
ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento. conferiria unidade à diversidade verificada na natureza.
Rio de Janeiro: Zahar, 1985.
Obra cânone da Escola de Frankfurt que estabelece uma profunda crítica ao
racionalismo exacerbado da sociedade contemporânea ocidental e esclarece
a concepção de cultura como mercadoria, analisando os efeitos da indústria
cultural sobre os indivíduos.
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