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Batavo: holandês.                           Observe as duas imagens a seguir. Em A, vemos na obra de Frans Post um
                                      engenho de açúcar no meio de uma paisagem dominada pelo rio e pela vegeta-
Tapuia: termo utilizado pelos Tupi-   ção. Já Eckhout tornou-se conhecido pelos seus retratos etnográficos de mora-
-Guarani e depois incorporado pelos   dores da colônia. DOC. 2 Na imagem B, é possível analisar um desses retratos. Ele
colonos e jesuítas, para designar as  representa, na visão etnocêntrica dos europeus, um índio Tapuia, nu, primitivo
“nações” indígenas que falavam ou-    e integrado à paisagem, também ela agreste e primitiva.
tras línguas.
                                                                                A   B 
                                      FRANS POST/MUSEU BOJMANS VAN BEUNINGEN, ROTERD
                                                                                                                                                      REPRODUÇÃO/MUSEU NACIONAL DA DINAMARCA, COPENHAGE, DINAMARCA

                                                       ↑ Em A, Engenho, pintura de Frans Post, século XVII; em B, Índio Tapuia, pintura de Albert Eckhout, 1643.

                                  		↪ A Insurreição Pernambucana (1645-1654)

                                                     Se a chegada de Nassau à colônia inaugurou o período de prosperidade do
                                               Brasil holandês, o seu regresso à Holanda, em 1644, representou, pelo contrário,
                                               o começo do declínio do domínio batavo. Os últimos anos do governo de Nassau
                                               já indicavam a queda da atividade econômica, com a redução de 40% das ex-
                                               portações de açúcar e o crescimento das dívidas contraídas pelos senhores de
                                               engenho com os holandeses.

                                                     A crise econômica levou os acionistas da Companhia das Índias Ocidentais
                                               (WIC) a pressionar os moradores da colônia para quitar as dívidas contraídas.
                                               Acuados pela empresa, os senhores inadimplentes se organizaram e iniciaram,
                                               em 1645, uma insurreição contra os holandeses, que a partir daquele momento
                                               passaram a ser vistos como hereges pelos colonos. O levante luso-brasileiro
                                               aparecia assim, ideologicamente, como uma “guerra da liberdade divina”, em
                                               que estava em jogo também a restauração do catolicismo.

                                                     Com a deflagração do conflito, os holandeses perderam progressivamente
                                               o controle que tinham, ainda que precário, do interior da colônia. As capitanias
                                               ao norte de Pernambuco foram pouco a pouco reconquistadas. Os últimos
                                               embates foram as duas batalhas no Monte dos Guararapes, em Pernambuco.
                                               Iniciado o ano de 1650, os holandeses se viram confinados a Olinda e ao Recife.
                                               A derrota definitiva dos holandeses se deu após o envio de uma esquadra pelo
                                               rei de Portugal com o objetivo de auxiliar os insurretos. Cercados por mar e por
                                               terra, os holandeses se renderam em 1654.

134 UNIDADE 2: O MUNDO EM MOVIMENTO
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