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Veja respostas e orientações
no Manual do Professor.
A diversidade e a universalidade
O que nos torna seres humanos singulares e o que temos em comum, a
despeito de toda a diversidade? Esse é um debate que acompanha as Ciências
Sociais e principalmente a Antropologia há algum tempo. A Antropologia é a
principal responsável por estudar as diferenças culturais entre os povos. Ou seja,
trata-se de uma disciplina que trabalha justamente com as diferenças como
tema de pesquisa. Ao longo da história de seu desenvolvimento, houve muitas
escolas de pensamento antropológico que defenderam determinada forma de
considerar essas diferenças. Para alguns, o mais fundamental era registrar e
descrever essas diferenças. Para outros, no entanto, o principal interesse de
pesquisa era tentar acompanhar o que os seres humanos das mais diferentes
sociedades e lugares do mundo tinham em comum, apesar das diferenças.
Culturalismo americano
Assim, por um lado, tivemos o chamado culturalismo americano, escola antro-
pológica que surgiu nos anos 1930 nos Estados Unidos. A Antropologia culturalista
estava interessada em identificar padrões culturais em cada sociedade. Ou seja,
trata-se de uma forma de pensar o que cada sociedade tinha de particular. A ênfase,
portanto, era em destacar as diferenças. Um antropólogo culturalista trabalhará
descrevendo todos os aspectos de um povo, ressaltando suas singularidades.
Estruturalismo francês
Fundado nos anos 1940 pelo antropólogo francês Claude Lévi-Strauss (1908-
2009), o estruturalismo é uma forma de olhar para as diferenças tentando
entender o que há além delas. Trata-se, portanto, de buscar entender o que
havia de universal entre todos os seres humanos. A Antropologia estruturalis-
ta trabalha fundamentalmente pela comparação. Ao comparar as diferentes
formas como os povos organizam suas famílias, por exemplo, chega-se a um
denominador comum sobre regras que todas as sociedades teriam a respeito
do que seria família, mesmo que haja diferenças.
• As duas abordagens são importantes para a compreensão da especificidade do humano.
A primeira se concentra sobre o que cada sociedade tem de particular, já a segunda vai
em busca dos universais – daquilo que, afinal, todos nós temos em comum. Com qual
dessas propostas de pesquisa você consegue estabelecer maior afinidade? Com a pers-
pectiva culturalista, que ressalta a particularidade das diferenças, ou com a perspectiva
estruturalista, que busca o que há de universal para todos os seres humanos? Debata
com os colegas sobre o tema, com a mediação do professor. Qual perspectiva lhe parece
mais interessante e por quê?
↪ Organização social e política
Na região da Mesoamérica, que abrange o que hoje é a América Central, o
desenvolvimento da agricultura foi decisivo para criar núcleos de povoamentos.
Entre os grupos mais poderosos e influentes na região estavam os maias.
A organização política da sociedade maia estruturava-se em diversas cidades
autônomas, cada uma liderada por um chefe pertencente à nobreza. Contava com
um corpo administrativo, encarregado da produção de alimentos, da manutenção
do exército, das cobranças de impostos, entre outras funções, e com um alto sa-
cerdote, responsável pelas atividades místicas e pelos rituais. A estrutura social
maia estava dividida entre nobres, camponeses, artesãos, servos e escravos.
70 UNIDADE 2: O MUNDO EM MOVIMENTO