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Brasiliana Fotográfica
Digital
Disponível em: https://
brasilianafotografica.bn.gov.
br/brasiliana/. Acesso em:
8 ago. 2024.

Espaço criado por uma
parceria entre a Fundação
Biblioteca Nacional e o
Instituto Moreira Salles que
disponibiliza um vasto acervo
fotográfico do Brasil imperial
e republicano. No site há
imagens de cidades, indígenas
no trabalho nos aldeamentos
religiosos, trabalhadores livres
e escravizados, cenas do
cotidiano, da família imperial
e de acontecimentos que
marcaram a passagem do
século XIX para o século XX
no Brasil.

                                            ↑ Venda em Recife, gravura de Johann Moritz Rugendas, 1835. Era comum as cidades serem uma mescla de
                                            universo rural e urbano.

                                           A ascensão da cafeicultura na economia imperial trouxe prosperidade cres-
                                     cente às cidades fluminenses e paulistas, nas quais a população cresceu muito
                                     e as atividades econômicas se diversificaram.

                                           As poucas indústrias existentes na segunda metade do século XIX concen-
                                     travam-se em algumas capitais, assim como determinados serviços, a exemplo
                                     das escolas de nível secundário, que eram reservadas aos filhos das elites. Os
                                     poucos cursos de formação superior concentravam-se no Rio de Janeiro, em
                                     São Paulo, Salvador e Recife.

                           		↪ A política indígena do governo imperial

                                           As denúncias de violência e extermínio praticados por autoridades e ha-
                                     bitantes das províncias contra aldeias indígenas inteiras levaram o governo
                                     imperial a aprovar uma medida que pode ser considerada um indicador da
                                     situação indígena no império. Tratava-se de um regulamento, datado de 24 de
                                     julho de 1845, que estabelecia a criação de “missões de catequese e civilização
                                     dos índios”.

                                           Os indígenas do sertão deveriam ser integrados em aldeamentos religiosos,
                                     dirigidos principalmente por missionários capuchinhos. O regulamento previa
                                     o envio de um “diretor” para cada aldeia, nomeado pelo presidente da provín-
                                     cia, além de um pequeno quadro de funcionários. Os missionários estavam
                                     encarregados da evangelização dos nativos, enquanto o diretor se incumbia de
                                     “civilizá-los” por meio do trabalho nas lavouras, em atividades de manutenção
                                     das missões ou em obras públicas.

                                           A medida expressava o pensamento predominante entre políticos e inte-
                                     lectuais do Ocidente durante o século XIX. Nesse pensamento, os indígenas
                                     eram inferiores aos brancos, selvagens, e deviam ser adentrados à civilização
                                     por meio do ensino e da obra evangelizadora.

                                           O objetivo da política imperial era a assimilação completa dos indígenas, o
                                     fim das distinções étnicas e culturais entre eles e sua incorporação ao império
                                     como trabalhadores assalariados. Apesar dos esforços das autoridades impe-
                                     riais pela “civilização” dos nativos, eles resistiram bravamente, e a maior parte
                                     manteve suas crenças e seu modo de vida tradicional.

                                                                                                                            CAPÍTULO 21: A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL E O PERÍODO IMPERIAL 263
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